Capítulo 83

-Amor, precisamos conversar. -falei assim que chegávamos no meu apartamento.
-Vamos lá no quarto então, melhor -meu namorado falou e eu assenti.
-Você vai embora hoje mesmo? -perguntei enquanto nos sentávamos frente a frente na minha cama.
-Sim, no final da tarde.. Mas enfim, o que tem pra contar? -ele começou a rodar o anel da família ls, e pelo que o conhecia, estava nervoso, já que não tínhamos conversas daquela maneira.
-O Gustavo! -falei de uma vez.
-O que tem esse filha da puta? -se levantou rapidamente, me assustando.
-Não é nada do que você tá pensando, não são coisas ruins..
-Porra como não pode ser coisa ruim vindo desse cara?
-Tudo isso é ciúmes? -alterei um pouco a voz.
-Não, não é ciúmes! Tem um pouco sim! Mas você esqueceu que esse cara, te beijou a força? Abalou nosso relacionamento? Fez a gente se separar?
-Não, não esqueci! Mas por favor.. Deixa eu falar? -disse calma.
-Fala
-O Gustavo, pode doar a medula pro meu pai, tudo indica que é combatível, e vamos comprovar isso quinta. -suspirei.
-O que? -se alterou.- Você tem essa total confiança, pra deixar ele doar?
-É a vida do meu pai Luan! -ele suspirou, parecia pensar.
-Volto depois! Vou pra casa da Bruna. -falou rapidamente, e saiu de dentro do meu quarto em passos largos
Me joguei na cama, e fiquei com meus pensamentos.. Ele teria que deixar o ciúmes de lado, pelo menos agora, pra não me abalar, me levantei e fui até a cozinha, ajudei Sonia com o almoço, e almoçamos juntas.. Perto da 13:30 meu namorado chegou da casa da irmã, e pulou em cima de mim no sofá, me enchendo de beijos.
-Você fala aquelas coisas, fica todo nervosinho, e agora vem com beijo pro meu lado? -me fingi de brava.
-Eu estava com ciúmes! Foi um susto pra mim, mas saiba que é pelo seu pai, e pela sua felicidade que pra mim.. Está tudo bem, que as coisas dêem certo, tá? -meu sorriso se abriu.
-Eu te amo, obrigada por tudo! -pulei em seu colo, e lhe dei um abraço acolhedor.
Meu namorado a tarde foi embora, levando parte de mim junto a ele, a noite fui até a casa dos meus pais, aonde contei a tal notícia. Fazendo com que meus país se alegrassem, e muito.

(...)

Quinta-feira.
-Oi doutor, acho que arranjamos um doador. -falei sorrindo junto a Gustavo e meu pai, já no consultório.
-Precisamos fazer alguns exames, pra ver se está tudo certo.
-E quando vamos fazer? -Gustavo se pronunciou.
-Já vamos fazer hoje.. Enquanto isso o senhor Carlos, já pode começar com a quimioterapia! -sorriu de leve.
Meu pai foi para a quimioterapia enquanto fiquei com o doutor e o Gustavo.
-Gustavo, vou fazer um exame de sangue com você.. Me acompanhe por favor.
-Mas e eu, doutor? Faço o que? -perguntei aparentemente nervosa.
-Você nos aguarda aqui, por favor, Isa. -falou e assenti.
Cada segundo de espera, parecia um século, eu já não lembrava mais orações, de tanto que pedi pra Deus para que desse tudo certo.. 1 hora e meia depois eles voltaram, com expressões em seu rosto, boas por sinal.
-E aí, como foi? -perguntei aflita.
-Olha, aproveitamos a ocasião, e já fizemos outros exames.. Pra ver se ele podia mesmo doar, se era realmente capaz de fazer uma doação como essa.. E coisas do tipo.. -explicou.
-Hum.. E aí? Pelo amor de Deus doutor.. Não me deixa mais aflita do que eu já estou.
-Calma Isa! Graças a Deus está tudo certo, e o transplante poderá ser realizado! Olha, isso é um milagre.. Porque é raro casos de pacientes que acham tipo sanguíneo compatível tão fácil assim.. Seu pai é um homem de sorte! -sorriu.

(...)

Um mês se passou.. e hoje seria o dia da cirurgia do meu pai, ele e o Gustavo já estavam internados faz uns dias, para poderem estar realmente preparados, pois seria uma cirurgia de risco.. Eu não consegui dormir a noite, fiquei horas e horas rolando na cama, pensando que era a vida do meu pai que estava em jogo.
-Bom dia meu amor! -Luan falou entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã em suas mãos.
-Bom dia, amor.. Você acordado essa hora? São sete da manhã! -falei me sentando na cama e ficando de frente para aquela bandeja linda.
-Eu nem consegui dormir.. Eu percebi sua aflição pela quantidade de vezes que você se mexeu essa noite.. -riu leve.
-Desculpa! -falei sem graça.
-Não é sua culpa amor, fica tranquila! -sorriu maravilhosamente lindo. -Agora vamos comer!
Não podia fazer desfeita com aquela bandeja linda que ele preparou, mas também não estava com animo, e nem fome.. O nervosismo tomava conta de mim cada segundo mais.
Depois de comer, fomos tomar um banho, nos arrumamos e fomos para o hospital.
-Bom dia, mãe! -falei entrando no hospital.
-Bom dia filha, bom dia Luan! -sorriu forçado.
-Como estão as coisas por aqui? -perguntei.
-Não sei filha, estou sem notícias desde ontem.. -assim que ela falou o médico passou pelo corredor.
-Doutor! -o chamei. -Que horas começa a cirurgia?
-Em vinte minutos! Já estão preparando tudo Isa! Peço que rezem bastante, pois é de muito risco. -falou e eu assenti.
-Vai ficar tudo bem, meu amor! - Luan falou alisando minha cabeça.
-Amor.. Eu nem sei o que será de mim se acontecer algo com o meu pai.. -já estava chorando.
-Vamos rezar, ta? Vou até pedir orações pras minhas neguinhas..
-Você é o melhor! -o abracei e em seu abraço chorei ainda mais.
Cinco horas se passaram e eu já estava impaciente, não aguentava mais ficar sem notícias, aquilo era desesperador.. Luan já não sabia mais como me acalmar, eu sabia que no fundo, ele já não tinha mais o que fazer.. Andava de um lado para o outro dentro da sala de espera, e minha mãe estava na capela.
-Isabela, e Claudia? -um médico apareceu na porta.
-Sou eu!
-Vim informar vocês que ocorreu um problema na cirurgia do seu pai.. Ele não reagiu bem a anestesia, por isso ocorreu umas complicações, mas já estamos fazendo de tudo para ajudá-lo! Peço que tenha paciência, que não temos ideia de que horas isso pode acabar. -explicou e saiu.
-Luan!! Eu não acredito, meu Deus! -falei desesperada caindo nos braços do meu namorado.
Isso não podia estar acontecendo, meu pai não podia chegar até aqui e piorar.. Eu estava completamente arrasada, mas tinha que ser base pra minha mãe.. Umas quatro horas depois o doutor voltou com uma expressão que não sabia descrever.
-Isabela? -chamou.
-Aqui doutor. -falei me levantando. -E aí?
-Olha, tivemos alguns imprevistos.. Fizemos de tudo, e.. -fez pausa.
-E o que? -perguntei desesperada, encarando minha mãe que já estava prestes a chorar.

Cap pequeno, mas valeu a pena né? Não postei antes.. por causa que a meta não tinha batido.
Eaí, como será que o pai da Isa vai ficar? Sugestões???
Espero que tenham gostado! =)
Comentem amores!

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